Nascido em 29 de dezembro de 1955, no município de São José do Egito, no sertão de Pernambuco, é o segundo dos seis filhos de Doralice Lima Freire e Jaime de Santana Freire. Na decisão pelo sacerdócio, pesou a formação que recebeu de sua família. O pai, um militar, dedicava-se aos trabalhos vicentinos nas horas de folga. A mãe, filha de camponeses, cuidou dos seis filhos com muito amor e simplicidade. “Aprendi do meu pai duas coisas que eu pratico até hoje e é somente o que eu sei fazer: doar para os pobres e anunciar Jesus. São as duas coisas que eu sei fazer na minha vida; todo o resto gira em torno disso.” (Pe. Airton)
Pe. Airton possui formação em Filosofia, Teologia e Psicologia e ordenou-se padre diocesano em 13 de fevereiro de 1982. Ao falar de si, costuma dizer que é um homem vestido com roupa de saco amarrada com uma corda, pois é assim que transita em qualquer lugar.
Dois anos após ter sido ordenado padre, foi designado pela Diocese de Pernambuco para exercer seu sacerdócio na Rua do Lixo, em Arcoverde, Pernambuco. Lá, Pe. Airton conheceu, em sua mais elementar manifestação, a carência de alimento, educação, saúde e, sobretudo, dignidade, pois a comunidade local sobrevivia literalmente do lixo recolhido na cidade e que lá era depositado. “Na hora em que eu estava celebrando, no momento da distribuição da Eucaristia, uma criança começou a chorar muito e a dizer: ‘Eu estou com fome; pelo amor de Deus me dê bolacha’. Ela se referia à Eucaristia que eu distribuía. Outro irmão viu e começou a chorar muito. Ele tentava pegar as pernas, os braços da criança, pois ela se debatia muito. No meu interior aquilo foi tão forte; foi como se dissesse: ‘Esse povo que tem sede de comida tem sede também de Eucaristia e justiça’. Então, o momento eucarístico e a situação de carência em que eles viviam fez com que brotasse um apelo dentro de mim: eu deveria partilhar minha vida também, como um sinal da presença do Senhor, o corpo dado e o sangue derramado também por Ele.” (Pe. Airton)
Tendo a Eucaristia recordado à primeira aliança, Pe. Airton, então, iniciou nesta periferia uma obra de misericórdia: a Fundação Terra. Tendo como único fundamento Cristo, fundou o Instituto dos Servos de Deus com o objetivo de formar jovens unidos pela fé para trabalhar em prol dos necessitados.
Como fruto da devoção à Misericórdia e do chamado à prática do Evangelho surgiram, então, os Grupos da Terra, hoje espalhados no Brasil e no mundo. O todo social e espiritual fundado por Pe. Airton chama-se Obras da Terra e tem missão permanente, apresentando momentos de recolhimento com o Pai e momentos de serviço aos pobres, os preferidos do Senhor. Assim, a partir de uma espiritualidade e práticas nascidas na Igreja e para a Igreja, Pe. Airton conduz multidões a caminhar na terra com os olhos para o alto.
Padre Airton é autor de cerca de 100 livros e inúmeros discos de músicas e de mensagens espirituais gravadas em áudio. Sua obra destaca-se pela simplicidade e expressão de um profundo conhecimento da alma humana, dos anseios dos homens e das aflições experimentadas no mundo contemporâneo. Saber pontuar essas inquietações cotidianas à luz da Palavra Divina é uma das características mais marcantes de seu pensamento, expresso em textos que atraem o interesse não só de pessoas espiritualizadas, mas também de admiradores de filosofia, psicologia e de uma vida simples.