Estamos às vésperas do início de um novo ano. Ainda há muitas incertezas em relação ao que poderá ser 2025, para o mundo e para o Brasil. Mas há uma certeza na qual o nosso país, nesse momento, aposta as suas fichas: a realização da chamada COP30 em Belém do Pará, no próximo ano.
Não por acaso, a Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros - CNBB definiu o tema do próximo ano como sendo “Fraternidade e Ecologia Integral”.
A COP30 tem um significado profundo, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Será a primeira vez que uma Conferência das Partes, ou seja, das partes envolvidas da Organização das Nações Unidas- ONU sobre mudanças climáticas, acontece na Amazônia, um dos biomas mais importantes e também mais ameaçados do Planeta.
Essa escolha - a cidade de Belém, a Amazônia, o Brasil - destaca o papel estratégico que temos, tanto como detentores das maiores reservas de biodiversidade, quanto como um ator-chave na luta contra o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa. O país terá uma oportunidade ímpar de mostrar ao mundo seu compromisso com políticas ambientais mais sustentáveis, especialmente no que toca ao combate ao desmatamento ilegal e à preservação da floresta.
Mas gostaria de refletir sobre a importância desse tema também para as populações mais vulneráveis do interior do Nordeste. Essa é uma região historicamente marcada por desafios, como a seca e a desigualdade social, que se retroalimentam e enfrenta ainda mais ameaças com as mudanças climáticas. O aumento da temperatura global e as alterações no regime de chuvas tornam a vida, já difícil, dessas comunidades, ainda mais desafiadoras.
O semiárido nordestino está entre as áreas mais suscetíveis à desertificação no Brasil. A redução das chuvas, combinada com práticas inadequadas de uso do solo, ameaça diretamente a agricultura de subsistência, que é a base da economia local.As consequências são muito graves, como todos sabemos: insegurança alimentar, migração forçada e dificuldades econômicas crescentes.
Diante desse cenário, a solidariedade se torna um valor imprescindível. Solidariedade que vai além do sentimento de compaixão. É um compromisso ativo com o processo de transformação social e com a justiça, em um sentido amplo. Nesse contexto, instituições como a Fundação Terra, que celebra agora 40 anos de atuação, desempenham um papel essencial desde a sua criação.
A Fundação Terra é um exemplo concreto de como a solidariedade pode, de fato, mudar vidas. Ao longo de quatro décadas, a Instituição tem se dedicado a atender as populações mais necessitadas, oferecendo educação, saúde, alimentação e qualificação profissional. Seu trabalho incansável é uma resposta à desigualdade, uma demonstração de que, com empenho e colaboração, podemos fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.
No entanto, a solidariedade não pode ser um esforço isolado. Ela precisa ser um movimento coletivo, baseado na empatia , a capacidade de se colocar no lugar do outro, de se sensibilizar com o outro. É isso que gera a solidariedade, que é a efetivação da empatia.
Precisamos nos perguntar como podemos contribuir para mitigar os impactos das mudanças climáticas e reduzir as desigualdades na Amazônia e no Brasil como um todo, com um olhar especial para o Nordeste.
Pequenas ações, como apoiar iniciativas locais, promover políticas públicas mais inclusivas e disseminar práticas de convivência sustentável com o semiárido, são passos fundamentais.
Que a celebração dos 40 anos da Fundação Terra seja um lembrete do poder transformador da solidariedade e que possamos todos, como sociedade, assumir a responsabilidade de construir um futuro mais justo e sustentável para todos, especialmente para aqueles que mais precisam.
Que neste ano estejamos comemorando não apenas os 40 anos que já se passaram da Fundação Terra, mas o início de mais 40 anos de trabalho transformador.
Antonio Lavareda, cientista político, sociólogo, espírita, colaborador da Fundação Terra. Texto que reproduz vídeo de abertura da reunião anual de planejamento da Fundação Terra.
O texto foi publicado neste domingo, 1 de dezembro, no Jornal do Commercio.
Não por acaso, a Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros - CNBB definiu o tema do próximo ano como sendo “Fraternidade e Ecologia Integral”.
A COP30 tem um significado profundo, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Será a primeira vez que uma Conferência das Partes, ou seja, das partes envolvidas da Organização das Nações Unidas- ONU sobre mudanças climáticas, acontece na Amazônia, um dos biomas mais importantes e também mais ameaçados do Planeta.
Essa escolha - a cidade de Belém, a Amazônia, o Brasil - destaca o papel estratégico que temos, tanto como detentores das maiores reservas de biodiversidade, quanto como um ator-chave na luta contra o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa. O país terá uma oportunidade ímpar de mostrar ao mundo seu compromisso com políticas ambientais mais sustentáveis, especialmente no que toca ao combate ao desmatamento ilegal e à preservação da floresta.
Mas gostaria de refletir sobre a importância desse tema também para as populações mais vulneráveis do interior do Nordeste. Essa é uma região historicamente marcada por desafios, como a seca e a desigualdade social, que se retroalimentam e enfrenta ainda mais ameaças com as mudanças climáticas. O aumento da temperatura global e as alterações no regime de chuvas tornam a vida, já difícil, dessas comunidades, ainda mais desafiadoras.
O semiárido nordestino está entre as áreas mais suscetíveis à desertificação no Brasil. A redução das chuvas, combinada com práticas inadequadas de uso do solo, ameaça diretamente a agricultura de subsistência, que é a base da economia local.As consequências são muito graves, como todos sabemos: insegurança alimentar, migração forçada e dificuldades econômicas crescentes.
Diante desse cenário, a solidariedade se torna um valor imprescindível. Solidariedade que vai além do sentimento de compaixão. É um compromisso ativo com o processo de transformação social e com a justiça, em um sentido amplo. Nesse contexto, instituições como a Fundação Terra, que celebra agora 40 anos de atuação, desempenham um papel essencial desde a sua criação.
A Fundação Terra é um exemplo concreto de como a solidariedade pode, de fato, mudar vidas. Ao longo de quatro décadas, a Instituição tem se dedicado a atender as populações mais necessitadas, oferecendo educação, saúde, alimentação e qualificação profissional. Seu trabalho incansável é uma resposta à desigualdade, uma demonstração de que, com empenho e colaboração, podemos fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.
No entanto, a solidariedade não pode ser um esforço isolado. Ela precisa ser um movimento coletivo, baseado na empatia , a capacidade de se colocar no lugar do outro, de se sensibilizar com o outro. É isso que gera a solidariedade, que é a efetivação da empatia.
Precisamos nos perguntar como podemos contribuir para mitigar os impactos das mudanças climáticas e reduzir as desigualdades na Amazônia e no Brasil como um todo, com um olhar especial para o Nordeste.
Pequenas ações, como apoiar iniciativas locais, promover políticas públicas mais inclusivas e disseminar práticas de convivência sustentável com o semiárido, são passos fundamentais.
Que a celebração dos 40 anos da Fundação Terra seja um lembrete do poder transformador da solidariedade e que possamos todos, como sociedade, assumir a responsabilidade de construir um futuro mais justo e sustentável para todos, especialmente para aqueles que mais precisam.
Que neste ano estejamos comemorando não apenas os 40 anos que já se passaram da Fundação Terra, mas o início de mais 40 anos de trabalho transformador.
Antonio Lavareda, cientista político, sociólogo, espírita, colaborador da Fundação Terra. Texto que reproduz vídeo de abertura da reunião anual de planejamento da Fundação Terra.
O texto foi publicado neste domingo, 1 de dezembro, no Jornal do Commercio.